Flu de Feira reclama de regulamento da Copa Governador; outros clubes discordam


A Copa Governador do Estado nem começou, mas uma polêmica já surgiu. Em negociação envolvendo os oito clubes da competição, ficou definido o limite de apenas dez jogadores acima de 23 anos, com outros 25 abaixo dessa idade. Entretanto, o Fluminense de Feira, atual campeão (leia mais aqui), se sentiu prejudicado pela escolha.

No primeiro encontro, ficou definida a fórmula semelhante ao que acontece na Série B do Campeonato Baiano, com apenas seis jogadores acima dos 23 anos. O Touro do Sertão, entretanto discordou, e pediu que o número subisse de seis para 10, o que aconteceu. No entanto, após analisar que o clube seria prejudicado, a direção do time feirense pediu nova revogação da regra. Desta vez, a pedida era que não houvesse limite de idade. A derrota foi esmagadora. Todos os outros sete clubes foram contra a pedida do Tricolor de Feira de Santana.

“Nós tentamos, na reunião técnica, modificar. Não podemos afirmar que foi a Federação. Isso foi decidido na reunião dos clubes. Basicamente, os clubes que estão disputando o acesso e até mesmo clubes que nunca disputaram nada, que é o caso do Pituaçu, foram maioria. Inicialmente, queriam o critério de apenas seis jogadores acima de 23. Tentamos ponderar e conseguimos deixar em 10. De qualquer maneira, isso prejudica, sim. Já vínhamos num trabalho e somos obrigados a deixar alguns jogadores. Estamos já fazendo essa reformulação”, lamentou o presidente do Fluminense de Feira, Gerinaldo Costa, em entrevista ao Bahia Notícias.



A queixa do dirigente tricolor se deve ao fato de já ter um elenco montado. A equipe vem de uma recente eliminação na Série D (leia mais aqui), e a maioria do elenco tem idade superior aos 23 anos. “Nesse momento, prejudica mais o Fluminense de Feira, pois é o único que está montado”, comentou. “Sem dúvida, alguns pais de família ficarão desempregados neste processo”, decretou.

Inicialmente, Vitória da Conquista e Jacobina haviam discordado desse limite de idade. Entretanto, na última votação, se colocaram contra a decisão do Flu de Feira. De acordo com Rafael Damasceno, presidente do Jacobina, a própria diretoria do time feirense tem culpa no cartório por essa decisão. “Na primeira fomos contra. Depois que o Fluminense viu o prejuízo, convocou uma nova reunião para alterar. Depois que fizemos tudo, montamos uma equipe, não teve como voltar atrás. Aí eu fui a favor de permanecer. Eu já tinha feito um planejamento, montado um elenco. Inclusive, até hoje sou contra. Não vai revelar ninguém. O jogador de 23 anos ganha o mesmo do de 28 anos, e ele se valoriza. É ruim. Eu enxergo que o campeonato vai ser nivelado por baixo. Só faz supervalorizar os jogadores que estão começando”, analisou. “Está na hora dos presidentes assumirem a responsabilidade também. A FBF não tem nada a ver com isso”, disse, eximindo a federação estadual de qualquer culpa.

O discurso do presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF) foi de acordo com o que o mandatário do Jacobina disse. “A FBF respeita aquilo que é estabelecido nos conselhos técnico e, democraticamente, o regulamento foi colocado e escolhido pela maioria dos clubes”, disse Ednaldo Rodrigues.

Damasceno, inclusive, criticou a decisão dos clubes durante a reunião. Sem sucesso, ele tentou convencer as outras equipes a não aderirem ao limite de idade. “O argumento que utilizei é que a Copa Governador é um preparatório para o Campeonato Baiano. Em dezembro, todo mundo vai ter que refazer o plantel. Ninguém vai querer jogar com o sub-23 no estadual, porque sabe que vai ser rebaixado”, revelou.

Pelo lado do Vitória da Conquista, o presidente do clube, Ederlane Amorim, concordou que o Flu de Feira pode ser prejudicado. Entretanto, ele disse que por conta do calendário do país, o Bode não poderia abrir mão desse limite de faixa etária. “Entendo a posição do Fluminense e eu, no lugar deles, faria a mesma reclamação. Eles estão com um elenco pronto. Para eles, não foi uma situação muito agradável. Votamos a favor, pois estávamos sem elenco algum. Nessa composição, foi bom para nós. Isso não era o caso da Juazeirense e Fluminense de Feira. Eu só participaria nesses moldes, por conta da situação financeira do clube”, lamentou.

De acordo com Ederlane, a falta de um calendário definido para a próxima temporada motivou o recuo da primeira decisão tomada. “Para nós, é difícil. Para Bahia e Vitória, é tranquilo isso. Fazer um contrato de um ano. Para mim, é muito complicado e mais caro. Eu senti muito pelo Flu de Feira. Disse [a Gerinaldo] que, infelizmente, teria que ser contra, pois não tinha condição”, declarou.

Líder da Série B do Campeonato Baiano, o Teixeira de Freitas foi firme e conciso na decisão desde o início. Por conta de uma filosofia de privilegiar a base, o presidente Gerson Portela afirmou que pretendia até um limite em relação a idade dos jogadores. “Nós trabalhamos mais com a base. Temos infantil, juvenil e júnior. Não seria importante para nós apadrinhar uma coisa dessas. Seria mais louvável, para nós, que permanecessem apenas seis atletas acima dos 23 anos. Já aumentou quatro. Hoje, estamos montando um time baseado no acesso. Daqui a quatro anos queremos ter um time totalmente da nossa base. Mas entendo perfeitamente o posicionamento do Gerinaldo”, comentou.

A competição terá início no dia 8 de outubro. Pelo grupo A, o Atlético de Alagoinhas receberá o Jacobina. No domingo, dia 9, mais três confrontos. Ainda pelo grupo A, o Jacuipense recebe o Atlântico, no Eliel Martins. No grupo B, o Conquista recebe o Flu de Feira, no Lomanto Júnior, e Teixeira de Freitas contra Cajazeiras, no Antônio Rodrigues Santana.

                                                                           As informações são do Bahia Notícias

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