'Maldição. É meu terceiro irmão assassinado', diz agente de saúde sobre morto em academia

Testemunhas contaram que quatro homens chegaram ao local em motos; alunos correram na hora dos tiros

"Parece maldição. É o meu terceiro irmão assassinado", disse a agente de saúde Amélia Germano, 48 anos, se referindo à morte do instrutor e proprietário da Academia Gladiadores, Jorge Manoel Lordelo Germano, 42, na noite de segunda-feira, dentro do próprio estabelecimento.

Na hora do crime, dois alunos estavam na academia, que funciona na Rua do Jenipapeiro, em Nazaré, e saíram correndo. Jorge foi baleado quando estava debruçado em uma janela. Segundo testemunhas, o crime foi praticado por quatro homens, que chegaram em duas motos.

A Polícia Civil informou que depois de atirar, os homens ainda entraram na academia para conferir se Jorge tinha sido atingido mesmo. Ele foi baleado no peito. A academia funciona há 20 anos em um espaço onde há cinco imóveis. Jorge morava em um deles e a família em outro.




Dono de academia foi morto dentro do estabelecimento, que fica na Rua do Jenipapeiro, em Nazaré
(Foto: Tailane Muniz/CORREIO)


Uma vizinha tinha acabado de chegar do mercado quando o vizinho foi assassinado. "Assim que entrei em casa, ouviu os dois tiros que tiraram a vida dele", contou a vizinha, que preferiu não se identificar.

Um familiar, que não quis ter o nome divulgado, contou que foi a sobrinha de 13 anos que viu Jorge baleado. "Na hora, ela gritou: 'Mataram o meu tio Bisk'", informou, se referindo à forma como Jorge era conhecido.


Amélia Germano contou que o irmão era muito tranquilo e querido por todos na vizinhança. "Já temos esse histórico de mortes na família, achei tudo muito suspeito, mas não tenho ideia do que pode ter acontecido". Segundo ela, uma irmã foi morta durante a um assalto há 20 anos e um irmão morreu há 5 anos, após uma briga por causa de uma aposta.

Testemunhas contaram ainda que ontem, por volta das 8h, oito policiais a paisana chegaram em duas Rangers padronizadas da Rondesp, pediram para entrar nas casas em busca de Bisk. Os moradores ainda questionaram se a ação era legal. A PM foi procurada para confirmar se houve mesmo a ação e o motivo, mas ainda não se posicionou.

Enquanto a família conversava com a equipe do CORREIO, vizinhos que passavam pela rua paravam para se solidarizar com a dor deles. Eles lamentaram a morte e reclamaram da insegurança da rua. "Era um homem bom. Nós estamos vivendo no lixo, não temos segurança nenhuma. Só saio de casa até 15h", disse uma senhora, que mora no local há 15 anos e preferiu não se identificar.

O corpo de Jorge ainda está no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e a família espera a chegada de um irmão que vive em Brasília para providenciar o enterro. Segundo informações da Polícia Civil, Jorge possuía uma passagem pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) em 2015, por agressão a uma companheira.

A polícia ainda não sabe a autoria e a motivação do crime, que é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH), que tem como titular o delegado Reinaldo Mangabeira.

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