Líder do pavilhão 10 e oito comparsas são os mortos de rebelião, diz polícia


Líder de principal quadrilha de tráfico de drogas em
Mandante é um ex-presidiário libertado há um mês do presídio de Feira.
Inquérito identificou 17 internos envolvidos nas nove mortes da rebelião.

O líder da principal quadrilha de tráfico de drogas em Feira de Santana, apelidado "Rafael", é apontado no inquérito como o mandante do motim que matou nove detentos no Pavilhão 10 do Presídio Regional da cidade, a 100 km de Salvador. Oito foram assassinados na rebelião. Um nono foi socorrido com ferimentos graves e morreu no Hospital Geral Clériston Andrade. A situação foi iniciada no domingo (24) e encerrada na segunda-feira (25), após mais de 18h de negociações. Mais de 70 familiares de presos passaram a noite na unidade como reféns.
O mandante estava preso há sete anos, respondendo por tráfico de drogas e por homicídios, e foi solto há cerca de um mês. A investigação aponta que o objetivo da rebelião foi matar o principal rival dele, apelidado de "Haroldinho", que é o líder do pavilhão. "Haroldinho" morreu, assim como oito de seus comparsas, disse o delegado João Uzzum. "Havia um desentendimento entre eles de natureza pessoal e de disputa do tráfico de drogas. 'Haroldinho' não fazia parte de uma facção, mas era líder do pavilhão 10", relata o delegado.

A Polícia Civil identificou até o momento a participação de 17 presidiários nas mortes, que foram cometidas a tiros de revólveres e a facadas. Uma força-tarefa formada por 26 pessoas, dentre delegados, investigadores e escrivãos, foi instalada no presídio durante os dois dias de rebelião, no domingo (24) e segunda-feira (25). Com isso, foram colhidos depoimentos de familiares e internos, e produzidas provas periciais, o que adiantou o inquérito policial e a identificação dos envolvidos, informou o delegado.
Feira é o mandante.

Segundo o delegado João Uzzum, além de atuar em Feira, "Rafael" comanda ponto de vendas de drogas em bairros de Salvador como Bairro da Paz, Alto do Coqueirinho e Itapuã. "Rafael" ainda não foi localizado pela polícia. Os investigados podem ser responsabilizados, além dos crimes pelos quais já respondem, por outros como formação de quadrilha e homicídios múltiplos. A vistoria realizada no local achou três armas de fogo e dezenas de facas.

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap), Nestor Duarte, alguns presos que se envolveram na rebelião devem ser transferidos para o presídio de Serrinha. "A Polícia Civil está ouvindo as pessoas ainda, fazendo o inquérito, o pessoal de Assistência Social está fazendo trabalho com as mães que viram essa barbárie. Vamos ter reuniões para discutir a situação do presídio. Mas vamos ter que fazer algumas transferências, é até recomendável. Alguns presos também iriam para outra parte dentro do próprio presídio. Mas isso é uma coisa que depende de identificação e também de solicitação ao judiciário. Vamos ver isso a partir de amanhã [terça-feira]", disse o secretário ao G1, na segunda-feira.

Mãe de preso relatou drama após ser feita refém
durante rebelião .

"Medo"
"Nós vendo o povo morrendo [sic]. Tiro rolando, facada. Fiquei com medo", lembra a mãe de um dos presos, que prefere não se identificar. Mais de 70 pessoas, todas elas familiares dos presos, foram feitas de reféns e passaram a noite de domingo para segunda no interior do conjunto penal.

O fornecimento de água foi cortado no local, mas o abastecimento de energia mantido até o fim do conflito. As negociações foram mediadas com apio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal da cidade.
Detentos do pavilhão 10 do presídio de Feira de
Santana fazem rebelião

Situação do presídio
De acordo com informações disponíveis no site da Seap, o presídio abriga 1.467 detentos, no entanto, só possui capacidade para 644. Com isso, 823 excedem a capacidade. Desse total, a grande maioria, 1.376, é de homens - 1.055 presos provisórios e 341 condenados. Das 91 mulheres, sendo que 49 provisórios e 42 condenados.

A Seap informa ainda que a unidade tem 13 pavilhões - 12 masculinos e um feminino. Dos próprios para homens, seis não estão em funcionamento. Três locais são improvisados para recebimento de presos em regime especial, como idosos e pessoas em regime semi-aberto.
Familiares de detentos aguardam do lado de fora do presídio
Segundo diretor do presídio, rebelião teria começado após briga entre facções .


FeiraTV  com informaçõe G1 BA  / TV Subaé

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