Greve dos bancários faz sumir dinheiro dos caixas eletrônicos


               Fila em banco no Centro: demora para sacar nos poucos terminais abastecidos
A greve dos bancários, que completou 21 dias nesta quarta-feira (9) e não tem previsão para acabar, já afeta o abastecimento dos caixas eletrônicos. Na terça-feira, os bancários votaram contra a proposta patronal de aumento. Por conta da greve, aumentaram os saques e os caixas não estão sendo abastecidos pelos bancários, mas apenas pelas empresas de transporte de valores. Na terça, em várias agências, formaram-se filas nos terminais que possuiam dinheiro.
No Centro, em uma agência na esquina das ruas Espírito Santo e Carijós, dos 12 caixas eletrônicos apenas dois tinham saque disponível. A administradora Gislene Freitas, de 42 anos, esperou mais de meia hora para chegar ao terminal e não conseguir retirar a quantia que precisava. “Preciso pagar meus funcionários e não vai ter jeito de entregar o valor integral”, disse.
Demanda
Conforme informado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenabran), os caixas eletrônicos dispõem de sistema que detecta a falta de dinheiro e aciona a transportadora de valores para o reabastecimento. No entanto, a demanda aumentou porque os terminais não estariam sendo reabastecidos pelos funcionários durante o expediemte bancário, como acontece normalmente.
Apesar disso, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportadoras de Valores (Sinttrav) garante que o serviço de reabastecimento contratado junto às transportadoras continua sendo prestado normalmente. “A reposição terceirizada está normal, apesar da grande demanda em casas lotéricas e caixas eletrônicos dentro de supermercados e farmácias, por exemplo. O reabastecimento que pode estar comprometido é aquele que é feito dentro da agência”, disse o presidente do Sinttrav, Emanuel Silva.
As lojas do centro de Belo Horizonte ainda não sentiram o impacto da falta de disponibilidade de dinheiro em notas, para fornecer troco, por exemplo. A gerente de uma loja de aviamentos, Lídia Esteves, acredita que isso ainda não aconteceu porque a maioria dos clientes paga com cartão de débito ou de crédito. “São poucos que pagam em dinheiro, mesmo nas compras de pequeno valor”, disse.
O economista da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio), Juan Moreno, confirma que 85% das compras são pagas com cartões. Ele discorda da previsão da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), de que o movimento no varejo poderá cair até 30% por causa da greve.
Mas, Moreno alerta para outros problemas que poderão afetar os empresários. “Entre as perdas que o lojista poderão ter estão a impossibilidade de fazer transações permitidas apenas na agência e a contratação de capital de giro, caso as agências deles estejam paralisadas”, disse.
65% das agências da grande BH paradas
Nessa terça-feira (8), em assembleia em São Paulo, a categoria decidiu pela continuidade da greve por tempo indeterminado e rejeitar a proposta da Fenabran de aumento de 7,1% (1% de aumento real). A reivindicação dos trabalhadores é de reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real).
A base do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região compreende 83 municípios e, de acordo com o presidente Clotário Cardoso, 65% das agências estão em greve. No Brasil todo, são 11.717 agências com serviços suspensos. do G1




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