Sincol diz que corre risco de falência


Glauco Wanderley

No dia 08 de agosto, uma semana depois que o prefeito José Ronaldo resolveu acatar a indicação do grupo de estudo formado para discutir o custo da tarifa de ônibus, e baixou a passagem de R$ 2,50 para R$ 2,35, o Sincol encaminhou ofício ao gabinete do prefeito, afirmando que vemsofrendo grandes prejuízos desde o governo passado e apontando risco de falência das empresas que operam o sistema de transporte coletivo na cidade.
“O anúncio da redução da passagem, senhor prefeito, fere o direito das empresas de prestarem um serviço público com remuneração que não lhe imponha a falência do sistema”, diz o documento com cinco páginas de argumentação. O Sincol acrescenta que a situação coloca em risco “o cumprimento de suas obrigações sociais, a exemplo do pagamento de salários”.
Para o Sincol, até os R$ 2,50 anteriores estavam abaixo do que seria o preço correto. As empresas de transporte alegam que o grupo formado para analisar o assunto (com representantes do governo, de um grupo de estudos sobre transporte da UEFS e da OAB) “deixou de levar em consideração quesitos indispensáveis para o alcance da tarifa real”.
É questionada ainda a legitimidade do “grupo” (sempre citado assim, entre aspas), pelo fato de não ter em sua composição representantes das empresas, do sindicato das vans que operam no sistema e do sindicato dos motoristas e cobradores.
“Sequer foram solicitados documentos pertinentes a custos e outros elementos pertinentes à tarifação do transporte público”, argumenta. Houve ainda, na opinião do Sincol, “total violação da soberania do ainda vigente Conselho Municipal de Transportes”.

CLANDESTINOS

Entre vários aspectos apontados como causadores de um “quadro real de desequilíbrio que pode levar à insolvência das empresas”, o mais grave para o Sincol é a presença dos clandestinos.
Neste ponto, os empresários imputam grande parte da culpa a Tarcízio Pimenta. “A
gestão do ex-prefeito impôs aos usuários grande exposição a um ambiente inseguro e altamente nocivo à ordem, em razão da forma omissiva com que se comportava a prefeitura, com relação à operação do sistema de transporte de forma paralela pelos chamados clandestinos”. No entanto, se demonstram insatisfeitos também com a nova gestão, e classificam como inaceitável o número de clandestinos operando na cidade.
Aos clandestinos, o Sincol acrescenta outros fatores que considera decisivos para agravar a situação financeira das empresas, como a falta de reajuste, que era esperado para abril, como geralmente ocorre a cada ano, as gratuidades “excessivas” concedidas a diversas categorias, a meia passagem aos domingos, a compra de veículos novos e a obrigatoriedade de contratar terceirizados para o sistema alimentador (no fim do governo Tarcízio as empresas tentaram romper o contrato com as kombis, mas em fevereiro o atual governo determinou a retomada do negócio).
Além de apelar ao governo, o Sincol recorreu à justiça em busca de suspensão do aumento, mas a liminar foi negada pelo juiz Roque Ruy Barbosa.

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