Pastor dá testemunho em Feira “homem sem língua”



Foram 12 anos de uso de drogas, que deixaram no hoje pastor Valdir de Souza, 42, uma sequela que o religioso usa como pano de fundo para seus testemunhos. No dia 28 de maio de 1993, após uma overdose que provocou o atrofiamento da língua e posterior asfixia, um amigo, ao tentar ajudá-lo mordeu o órgão e mesmo após cirurgia, o evangélico perdeu a língua.
“Não é possível a degustação: doce, amargo, salgado, azedo. Tudo o que aconteceu na minha, a restituição da minha voz eu atribuo a Deus. Voltei a falar depois de um ano”, explicou o pastor. “O contato com as drogas foram devido às influências, ai aparece maconha, o cigarro e me tornei dependente. A última droga que experimentei foi o crack”. Segundo o próprio Valdir de Souza, o contato com os entorpecentes começou as 11 anos.
O religioso veio do estado de São Paulo e realizou uma palestra no último sábado (1) no Feira Tênis Clube (FTC), onde deu o testemunho de vida. Segundo o médico otorrinolaringologista e professor, Drº Paulo Perazzo, especialista em distúrbio da voz, com doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é possível o ser humano falar sem a totalidade da língua.
“Esses indivíduos que tem a língua amputada em uma convulsão normalmente perde um terço anterior da língua, os dois terços posteriores são capazes de suprir a necessidade de articular as palavras. É possível com o treinamento o indivíduo se adaptar a essa nova realidade”, explicou.
Para o especialista, é possível que no momento da convulsão, gerada ela overdose, existiu uma contratura do músculo, que é capaz de causar o corte de fragmentos da língua. “Toda vez que uma pessoa com um mínimo de noção ver uma pessoa em surto convulsivo deve colocá-la deitado e colocar algum objeto, de preferência uma toalha grossa para que o indivíduo não morda a própria língua”, alertou.
                                     (Por Hamurabi Dias)
                                       Colaborou orepórter Luiz Santos.

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