Conflito na Síria pode provocar a Terceira Guerra Mundial, segundo artigo de jornal russo

Outro analista, porém, diz que Putin não cometeria tamanha loucura de guerrear contra EUA
Alerta foi dado após os Estados Unidos terem rompido conversas Reuters
O conflito na Síria pode levar a Rússia a provocar a Terceira Guerra Mundial, segundo afirmou artigo do jornal popular russo, Moskovsky Komsomolets, tido muitas vezes como um veículo sensacionalista. As informações são do suplemento Indy100, do Independent.

Segundo o texto, o presidente russo Vladímir Putin está conduzindo um "jogo incrivelmente arriscado" no conflito que se iniciou em 2011. As hostilidades no país do Oriente Médio podem provocar um "confronto militar direto" entre as nações atuantes em uma situação similar à da crise dos mísseis cubanod em 1962, que poderia ter provocado um confronto entre Estados Unidos e a então União Soviética.

O alerta foi dado após os Estados Unidos terem rompido as conversas com os russos, tendo mandado seus negociadores de volta a Genebra. Com tiragem de cerca de um milhão de exemplares diários, o Moskovsky Komsomolets é um dos mais lidos no país.

O artigo também aponta o fato de a Rússia ter suspendido o acordo para destruir sua rede de enriquecimento de plutônio. O país de Putin coloca como condição o fim das sanções aplicadas pelo Ocidente em função da anexação da Crimeia pelos russos.

O texto afirma que o objetivo dos Estados Unidos é tirar do poder o atual governo sírio, o que contraria as aspirações da Rússia e poderia gerar um conflito de proporções catastróficas.

— Imaginamos apenas que os Estados Unidos faça o que tem querido fazer desde há muito tempo e retire Assad (ditador sírio), não por erro, mas devido a um propósito e abertamente. (Então) se a Rússia defender o seu aliado ou considerar lutar contra os americanos isso sem dúvida dará início à Terceira Guerra Mundial.

À BBC, o Chefe do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, Andrey Kortunov, afirmou que a situação é diferente da dos tempos de Guerra Fria:

— Tivemos relações ruins durante a Guerra Fria, mas a relação era mais ou menos estável, porque sabíamos o que esperar de um e de outro, sabíamos as regras do jogo. Hoje em dia não temos nada disso. Assim, as relações não são estáveis. Isto que faz esta relação perigosa.

Há, porém, os que têm posição menos radical, buscando apontar que ainda há pelo menos um mínimo de sensatez no presidente russo para impedir que ele se embrenhe em tamanha loucura. É o caso do analista político Leonid Radzikhovsky, que declarou a uma emissora russa:

— Putin é um megalomaníaco, mas ele não é do tipo de pessoa que abre uma janela no 18º andar e diz "posso voar", antes de saltar.

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