Como é que um raio matou 323 renas na Noruega?

Aconteceu numa área de caça privada e é o fenómeno do genéro mais mortal da história. Nem todas as renas que morreram foram atingidas pelo raio
Na passada sexta-feira, em Hardangervidda, Noruega, onde é possível encontrar uma das maiores populações de renas do mundo, um funcionário da Agência Ambiental Norueguesa deparou-se com um cenário assustador. Ao longo de um planalto na área de caça privada encontravam-se 323 renas sem vida, das quais 70 eram juvenis. A causa: um relâmpago.

O fenómeno bizarro só foi possível, segundo Kjartan Knutsen, responsável da agência, devido à tendência que estes animais têm de se agrupar quando se verificam más condições meteorológicas. Ao Washington Post, acrescentou que "nunca tinha visto nada assim". Mas, embora de menor dimensão, são conhecidos outros casos semelhantes. Há três meses, o departamento do xerife do condado de Moody, nos Estados Unidos, reportou a morte de 21 cabeças de gado que se estavam a alimentar de fardos de palha num alimentador de metal, quando este foi atingido por um raio, causando um prejuízo a rondar os 40 mil euros ao proprietário.

A ocorrência na Noruega está a ser investigada por parte da Agência Ambiental Norueguesa e, apesar de ainda não terem sido revelados pormenores, alguns cientistas aproveitaram para elaborar teorias, todas relacionadas com eletromagnetismo.

Glenn Shaw, um antigo investigador destes fenómenos meteorológicos, notou semelhanças com um caso que acompanhou em 1972, segundo contou à publicação Wired. Nesse ano, encontrou, no estado do Alaska, 53 renas mortas numa montanha e, do helicóptero onde seguia, foi possível verificar uma área central queimada que se dividia depois em pequenas ramificações - um fenómeno a que se dá o nome de figura de Liechtenberg, nome do cientista alemão que descobriu e estudou estas marcas.

Outra semelhança foi que, na altura do ano em que ocorreram os incidentes, o descongelamento da neve tornou o solo e a sua área circundante húmida. Como a água é um bom condutor de eletricidade, a queda do raio permitiu que este se propagasse ao longo do terreno onde as manadas se encontravam.

Como as renas têm os membros frontais e posteriores afastados, isso permitiu uma acumulação de tensão elétrica no seu corpo, o que fez com que o seu coração parasse. É esta a explicação que os cientistas encontram para o acontecimento da passada sexta-feira. O blogger de ciência Darren Naish, no blogue Science Blogs, constatou que a maioria dos animais morre, não por ser atingido diretamente por um raio, mas pela forma como a eletricidade se propaga através do solo.

                                                                                  Visão

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