Senadores a favor do impeachment aplaudem após a votação que decidiu pela admissibilidade no Senado Federal, em Brasília
O Senado Federal aprovou, por volta das 6h40 desta quinta-feira (12), a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em sessão que durou mais de 20 horas, 55 senadores votaram de maneira favorável à aprovação do relatório da comissão especial e 22 votaram contra. A partir de hoje, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume provisoriamente o lugar dela.
No começo desta manhã, o plenário do Senado estava lotado. Setenta e sete senadores votaram. O presidente da Casa, Renan Calheiros, não votou. Houve duas ausências.
A petista deve ser notificada por volta das 10h sobre a decisão dos parlamentares, quando fará um pronunciamento no Palácio do Planalto. Por volta das 11h, será a vez de Temer ser notificado e assume o cargo, sem cerimônia de posse.
A sessão no Senado que selou o afastamento de Dilma começou por volta das 10h de quarta-feira (11), com uma hora de atraso e terminou depois das 6h de quinta-feira (12). O início dos trabalhos foi tumultuado, com uma série de questões de ordem apresentadas por senadores governistas que acabaram atrasando os debates.
Calheiros já anunciou que Dilma poderá permanecer no Palácio da Alvorada durante o afastamento, com direito a transporte terrestre e aéreo, segurança e equipe de gabinete.
Cada um dos 71 parlamentares que se inscreveram teve 15 minutos para discursar na tribuna. Após a última fala, de Raimundo Lira (PMDB-PB), por volta das 5h45, o relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), reforçou o parecer favorável ao afastamento e, na sequencia, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fez a defesa da presidente.
Para a aprovação do afastamento de Dilma era necessária maioria simples no Senado, o que foi alcançado com folga de 14 votos. Quatro senadores ficaram de fora da votação: Jader Barbalho e Eduardo Braga, que alegaram motivos de saúde; o ex-senador Delcídio do Amaral, cassado na terça-feira (10), e o presidente da Casa, Renan Calheiros.
O afastamento de Dilma pelo Senado ocorre 162 dias após o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter aceitado a denúncia contra a presidente. Agora, a Casa inicia, de fato, a fase processual contra a petista.
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