Mulher recebe ordem de despejo e tenta colocar fogo na casa


                  Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Uma mulher tentou colocar fogo na casa, após receber uma ordem de despejo na manhã desta segunda-feira (16), em Feira de Santana. A vendedora Adriana Conceição da Silva, 38 anos, mora em uma casa localizada na Rua Aloísio Resende, bairro Queimadinha, há cerca de 15 anos. Ela alega que uma mulher deixou ela ficar no local e que ninguém nunca a procurou para reivindicar a propriedade.



“Recebi essa ordem judicial como uma bomba, sem prazo, sem nada. Eu com duas crianças menores, de 10 e 12 anos. Não tenho para onde ir, já procurei alguma casa para alugar e não achei. Agora vou ter que colocar minhas coisas na rua? Não tem como. Minha preocupação é com as crianças, não posso ir para debaixo da ponte com elas, não tenho como pagar aluguel, mas vou ter que dar um jeito”, afirmou, acrescentando que já se inscreveu no Programa Minha Casa, Minha Vida, mas ainda não foi beneficiada.
Adriana justifica que comprou a gasolina para tocar fogo na casa, pois entrou em desespero. “Entrei em desespero e comprei gasolina para tocar fogo na casa. Eu gastei tanto para agora ter que sair com uma mão na frente e outra atrás por uma pessoa que nunca morou aqui e apareceu a pouco tempo se dizendo ser dono”, disse.
A juíza Arlinda Souza Moreira, da 4ª Vara Civil, Comarca de Feira de Santana, expediu a reintegração de posse no dia 10 de junho, sendo que o oficial de justiça entregou hoje. O requerente é o advogado trabalhista Davi Bitencourt, que se diz filho do dono do imóvel. Ele não quis gravar entrevista.
O sobrinho de Adriana, Glauber da Silva Barreto, que é formado em direito, confirmou que ela mora no local há mais de 15 anos e que ninguém nunca a procurou para reclamar a propriedade do imóvel. Ele contou que mediante algumas invasões de ladrões no local, a sogra de Adriana, há cerca de um ano, fez uma reforma e construiu uma delicatessen no local.
Após a reforma, segundo ele, Adriana deu entrada com um pedido de usucapião para formalizar a propriedade. “Após a entrada desse pedido, a outra parte, que é o herdeiro da propriedade, mas que nunca teve interesse, nunca entrou nem em contato conosco, tomou conhecimento, entrou com um pedido de reintegração de posse e conseguiu um despacho”, informou.
O sobrinho de Adriana diz que ela nunca pagou aluguel. De acordo com ele, o imóvel foi cedido por uma senhora chamada Zilda, que morava junto com a mãe do herdeiro, que pediu a reintegração de posse.
Glauber ainda falou sobre um contrato de empréstimo, que o herdeiro teria apresentado, mas que ele afirma nunca ter existido. “Não existia contrato nenhum, mas agora apareceu um documento que estamos tentado provar que é falso, que é um contrato forjado. O processo já corre há mais de 1 ano e pedimos que esse contrato seja submetido a uma perícia. Pra cumprimento de lei, Adriana deve deixar o imóvel, mas estamos indignados com a forma como tudo aconteceu”, finalizou. 
                       Informações de Ed Santos
    

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