Médicos e estudantes vão às ruas cobrar investimentos na saúde
O grupo de médicos e estudantes de Medicina de Feira de Santana tiraram nota 10 no discurso em favor de mais investimentos para a saúde no Brasil, mas nota zero em biossegurança. Vestidos em seus jalecos (símbolo maior do ofício medicinal), a categoria ganhou as ruas do município na tarde desta terça-feira (23) protagonizando um protesto em defesa de temas de interesse da comunidade médica.
Os profissionais protestaram contra os vetos da presidenta Dilma Rousseff ao Ato Médico, a importação de médicos sem a aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) e exigiram a criação de um Plano de Cargos e Salários para os médicos no serviço público e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde, atualmente em 3%.
O delegado do Conselho Regional de Medicina da Bahia, o médico ortopedista Aderbal Mendes Freire D’Aguiar, disse que não é contra a chegada de médicos do exterior para trabalhador no Brasil, proposta do programa federal “Mais Médicos”, porém esses devem ser avaliados para comprovar que estão aptos a exercer a medicina no país.
“O Revalida tem condição de avaliar, os médicos têm que provar a capacidade. Quem está preparado não tem medo de fazer o exame”, comentou o especialista sobre a possibilidade de o Revalida ser aplicado em estudantes de Medicina.
Sobre o aumento na duração do curso de Medicina, de 6 para 8 anos, com dois anos de trabalhos no Sistema Único de Saúde (SUS), D’Aguiar observou que a medida só beneficia o governo e não trará melhorias para a população. “Os estudantes serão obrigados a trabalhar onde não querem, afrontando um direito constitucional”, defendeu o delegado. A comunidade médica acredita que não faltam profissionais no Brasil, mas que há a necessidade de melhorar a estrutura de trabalho.
O estudante do último ano de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Rafael Alves de Oliveira, disse que o governo deve rever a medida de ampliar o período da graduação em medicina. “Não existem professores suficientes. A saúde poderá ficar sucateada com estudantes sendo obrigados a trabalhar”, opinou o graduando. Assim com em Feira, o protesto ocorreu na capital Salvador e cidades como Itabuna e Vitória da Conquista.
(Por Hamurabi Dias)
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