Por que comer peixe na semana santa?

Com o costume cristão de comer peixe na semana santa, aumenta de forma significativa o preço de produtos como leite de coco, camarão, quiabo, amendoim, castanha e principalmente dos peixes.
A tradição de comer peixe no lugar de carne vermelha na sexta-feira santa nasceu de um simbolismo de fé para o cristão. Segundo a tradição, a carne representa o mundo material e seus pecados, já o peixe representa a ressurreição de Jesus.
 
A apresentadora do programa religioso Amigos do Evangelho, Lourdes Rocha, também explica que no período em que os imperadores perseguiam os cristãos, como eles não podiam se declarar como seguidores de Cristo, desenhavam um peixe em suas casas para identificá-los e assim marcar reuniões, já que nos templos era proibido. 
 
Rocha ainda lembra que o peixe sempre esteve presente nos momentos de partilha apresentados na Bíblia como a ressurreição de Cristo, a multiplicação dos peixes para alimentar a multidão de necessitados, assim como outras passagens. O peixe é símbolo de fé e esperança. Como a carne era o alimento mais forte da época, e a Igreja pedia para o cristão para se abster da carne como símbolo de partilha.
 
Embora fomentado como parte da cultura brasileira, a Igreja não exige que o cristão se alimente apenas peixe. “A Igreja pede que no período da Quaresma os cristãos se abstenham de alguma coisa. Seja deixar de consumir álcool por um período, ou de tomar refrigerante, ou de comer chocolate. Se não tiver peixe em casa por questão de condições financeiras, o cristão pode celebrar esse momento com outro tipo de abstinência”, explica a apresentadora.
 
Mas quem pretende manter a tradição de fé na sexta-feira santa vai ter que pagar um preço mais caro. Como o segundo país mais cristão do mundo e uma procura frequente pelo alimento, o produto todos os anos tem alta. A Superintendência Municipal de Defesa do Consumidor de Feira de Santana (Procon) realizou uma pesquisa de preços dos principais ingredientes usados neste período e detectou que o mesmo produto pode variar a até 85%, entre os estabelecimentos pesquisados.
 
Segundo o Procon, o leite de coco Socôco de 200 ml é encontrado por R$ 1,77 no São Roque e por R$ 3,28 no Hiper Bompreço. Já o quilo de corvina sai por R$ 9,99 no G.Barbosa e R$ 12,68 no Depósito São Paulo. O litro do azeite sai mais em conta no Depósito São Paulo, onde o produto é encontrado por R$ 6,29, e chega a custar R$ 7,62 no Hiper Bompreço.
 
Quem optar pela feira livre da rua Marechal Deodoro, pode encontrar produtos mais baratos. Segundo o vendedor ambulante, Ivan Trindade, a expectativa para esse período é grande. O movimento da segunda-feira (25) agradou o comerciante, que espera o aumento do fluxo para a quarta e quinta desta semana. “O pessoal deixa sempre para ultima hora, aqui tem muitas opções. O peixe vem de Belém, de Fortaleza e do extremo sul da Bahia”, disse.
 
Ele também afirma que o aumento em 2013 foi baixo em comparação aos outros anos. “A corvina aumentou R$ 1, ano passado teve um aumento de R$ 4 no quilo. Os produtos têm aumentado em R$ 0,50”, diz Trindade.
 
Confira a tabela da pesquisa de preço produzida pelo Bom Dia FEIRA dos principais ingredientes da cesta da Semana Santa:
 
Camarão fresco (kg) - R$ 28
Corvina (kg) - R$ 12
Atum (kg) - R$14
Dourado (kg) - R$ 20
Tainha (kg) - R$12
Rubalo (Kg) - R$ 25
Pescada amarela (kg) - R$25
Tilápia (kg) - R$ 10
Castanha (lt) - R$12
Amendoin (lt) - R$ 7
Camarão seco - R$ 7
Azeite de dendê - R$ 5
Quiabo (centro) - R$ 10
 
(Por Uiliane Macedo)
 
* Colaborou o repórter Valdir Moreira.

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